terça-feira, 15 de dezembro de 2009

IV Simpósio Lutas Sociais na América Latina - Imperialismo, nacionalismo e militarismo no século XXI

14, 15, 16 e 17 de setembro de 2010 - Universidade Estadual de Londrina
No III Simpósio, ocorrido em setembro de 2008, chamávamos a atenção para as possibilidades de constituição de um “novo” proletariado no subcontinente latino-americano, principalmente em virtude do processo de transformação da acumulação do capital que passa a se desenhar mais fortemente nos anos 1970, quando se observa a queda acentuada nas taxas de lucro.
Do ponto de vista político, a América Latina vivencia este processo sob ditaduras militares em praticamente toda a região. Os golpes militares, em sua maioria apoiados direta ou indiretamente pelos Estados Unidos, desempenharam papel importante na redefinição das classes e frações hegemônicas e tentaram reverter à força a crise mundial do capitalismo naquele momento. Com as transições (ou transações?) para as democracias entre os anos 1980 e início dos 1990, a fração financeira do capital se torna hegemônica e a região passa a viver sob certa estabilidade política, levando alguns intelectuais a defenderem a tese que, finalmente, caminhávamos para a consolidação do regime democrático.
Outros pensadores passaram a acreditar que, com o fim dos movimentos guerrilheiros dos anos 1970, com a queda do Muro de Berlim e com o fim do chamado “socialismo real”, as “utopias se desarmaram”. Mas se girassem suas lentes para um quarteirão acima de seus palácios, perceberiam o vigor e a atualidade da “utopia armada” do Exército Zapatista de Libertação Nacional, cuja principal reivindicação, a 1º. de janeiro de 1994, era a anulação do NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio). Pouco tempo depois, nos anos 1990 e 2000, as democracias latino-americanas foram (e são) mais explicitamente colocadas à prova.
Se as teses da consolidação estavam corretas, como explicar os golpes (Venezuela, 2002; Honduras, 2009) e autogolpes (Peru, 1992)? E admitindo-se que as democracias nos países dependentes gozam de estabilidade política, qual é o seu preço? Que tipos de democracias foram instauradas na América Latina? Que implicações têm para os regimes democráticos a manutenção de políticas de Estado voltadas para a concentração e centralização do capital sob governos eleitos pelo voto e, ao mesmo tempo, a ampliação das desigualdades sociais? Quais os limites da democracia em países dependentes quando a hegemonia política é do capital financeiro de base imperialista e militarista? São estas e outras questões que nos motivam a realizar o IV Simpósio Lutas Sociais na América Latina, cujo foco principal é a complexa relação entre imperialismo, nacionalismos e militarismos nesta parte do continente latino-americano.
O GEPAL, desde o seu surgimento em 2004, realizou três simpósios que ultrapassaram de longe o âmbito regional, algo não previsto inicialmente. O que nos leva a insistir nesta atividade e a apostar em sua ampliação com vistas a consolidar o evento como um espaço alternativo para aglutinar parte do pensamento crítico latino-americano.
No III Simpósio participaram aproximadamente 250 pesquisadores, oriundos de diversas regiões do Brasil (BA, PE, MS, MT, SP, PR, SC, RS, MG, GO, MA), além de países latino-americanos (Argentina, Uruguai, Chile, Cuba, Colômbia) e europeu (Portugal). Para o próximo, gostaríamos de contar com a participação de diversos grupos de pesquisa, com os quais já mantemos relações acadêmico-polí ticas.

GRUPOS DE TRABALHO (GTS) – 15, 16 E 17/09
1. Lutas camponesas e indígenas na América Latina
2. Estado, ideologias e meios de comunicação
3. Classes sociais e transformações no mundo do trabalho
4. Imperialismo, nacionalismo e militarismo na América Latina
5. Lutas sociais urbanas
6. Socialismo no século XXI e problemas da transição
7. Feminismo e marxismo na América Latina
8. Marx e marxismos latino-americanos

Informações sobre INSCRIÇÕES e APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS podem ser obtidas em www.uel.br/gepal

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

La precarización del trabajo en América Latina - Perspectivas del Capitalismo global

Esse livro organizado por Giovanni Alves e Claudia Figari oferece um desenho de alguns dos mais importantes temas presentes nos estudos do trabalho na América Latina dos dias atuais.
Sua contextualidade é dada pelo cenário marcado pela mundialização do capital e suas complexas repercussões no mundo do trabalho. Seus temas perpassam desde a constatação das mais diversas formas e mecanismos de precariedade do trabalho até a compreensão de alguns elementos constitutivos da nova morfologia do trabalho em seus novos e multifacetados desenhos.
Reconhecem e tematizam a recente crise estrutural do capitalismo, bem como as práticas das corporações em seus modos de garantir a disciplinarização do trabalho; exploram o estudo crítico dos sistemas de “metas e competências” que pautam o universo empresarial, bem como os avanços e limites da ação sindical e as ações de resistência e rebeldia, dentre outros tantos pontos que são investigados empírica e analiticamente nos textos que compreendem a coletânea.
O resultado oferecido é um inventário crítico dos estudos do trabalho, em sentido amplo, em diferentes territórios do mundo laboral latinoamericano (com destaque para algumas experiências no Brasil e Argentina), procurando apreender as formas de sobrevivência dos espaços de trabalho redesenhados a partir da nova divisão internacional do trabalho vivenciada nas últimas décadas.
Se o mundo taylorizado e fordizado caracterizou o universo do trabalho ao longo do século XX, tanto no cenário industrial e de serviços, o objetivo da melhor investigação, hoje, é conhecer o que é novo e o que se mantém no universo produtivo atual, depois do monumental processo de reestruturação produtiva do capital nesta fase de financeirização e crise, onde a desmedida do capital aflora em sua monumental irracionalidade societal.
Bastaria tão somente citar a amplitude da desregulamentação do trabalho e os níveis de desemprego em escala global, ambos acentuando ainda mais os elementos constitutivos desta lógica destrutiva hoje vigente. O resultado é um quadro de precariedade sem paralelos em toda a história recente do capitalismo, que os textos presentes nesta coletânea possibilitam uma melhor compreensão. Por Ricardo Antunes, UNICAMP – Brasil

Organizadores:
Claudia Figari (Argentina) e Giovanni Alves (Brasil)
14 x 21cm - 402 páginas
2009 - 1ª edição
ISBN 978-85-7917-041-6

Palavras-chave: América Latina, Argentina, Trabalho

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Revista Pegada - chamada de trabalhos

A Revista PEGADA do Centro de Estudos de Geografia do Trabalho – CEGeT, FCT/UNESP, Presidente Prudente/SP, está recebendo artigos originais para a publicação do Volume 10, n.º 1 e 2, correspondente ao primeiro e segundo semestre de 2009, até 31 de dezembro. A PEGADA recebe colaborações nos seguintes formatos:
a) Artigos que compreendam investigações baseadas em dados empíricos, análises teóricas e/ou revisão crítica de literatura, sobre questões envolvendo o mundo do trabalho, a luta pela terra e temas correlatos, deverão ser diagramadas em formato Word, Arial, tamanho 12, extensão máxima de 25 laudas para os artigos (incorporando resumos, palavras-chave e título em português, em espanhol e em inglês)
b) Resenhas de livros que consistam na revisão crítica de obra recém publicada, orientando o leitor quanto a suas características e usos potenciais. Entre 5 e 8 laudas.
c) Resenhas de filmes que demonstrem claramente o vínculo da temática expressa no mesmo e as diversas problemáticas abordadas pela revista, bem como a utilização de referencial bibliográfico. Entre 5 e 8 laudas.
d) Ensaios que exponham idéias relativas a estudos e temas específicos, desenvolvida de modo discursivo, lógico, reflexivo, com alto nível de interpretação e espírito crítico. Entre 12 e 15 laudas.
e) Entrevistas com intelectuais consagrados e relevantes para a área. Entre 7 e 10 laudas.
Para artigos com autoria múltipla, é necessário informar a ordem de apresentação dos autores, incluindo-os no momento da submissão.
As referências bibliográficas devem seguir as normas da ABNT. O autor deve se responsabilizar pela correção (profissional) ortográfica e gramatical do seu texto. Os textos serão submetidos a parecer do Conselho Científico da Revista. Enviar as contribuições para o seguinte endereço eletrônico:revistapegada@gmail.com

Acesse aos demais números da revista através do endereço:
Antonio Thomaz Junior
Luzimar Barreto França Junior
Editores Responsáveis

Revoluções - Livro de Michael Löwy

Revoluções de Michael Löwy (organizador)
Em um esforço inédito de compilação, Revoluções reúne os principais registros fotográficos dos processos revolucionários do final do século XIX até a segunda metade do século XX. O livro convida o leitor a percorrer a diversificada experiência das lutas populares por meio de imagens raras, como as fotografias da Comuna de Paris, e clássicas, como as de Lenin e Trotski na Rússia. Para Michael Löwy, organizador da obra, “as fotos de revoluções revelam ao olhar atento do observador uma qualidade mágica, ou profética, que as torna sempre atuais, sempre subversivas. Elas nos falam ao mesmo tempo do passado e de um futuro possível”.
Além da documentação iconográfica, os acontecimentos históricos são narrados por intelectuais como Gilbert Achcar, Rebecca Houzel, Enzo Traverso, Bernard Oudin, Pierre Rousset, Jeanette Habel e o próprio Löwy. São ensaios ágeis que, a partir de registros fotográficos, retratam a Comuna de Paris, as revoluções Mexicana (1910–1920), Russas (1905 e 1917), Alemã (1918–1919), Húngara (1919), Chinesas (1911 e 1949), Cubana (1953–1967) e a Guerra Civil Espanhola (1936).
A edição brasileira conta com um apêndice exclusivo, no qual Löwy faz uma reflexão sobre os momentos de resistência que marcaram a história do Brasil. O livro possui também um capítulo que passa em revista uma série de eventos transformadores dos últimos trinta anos: o Maio de 1968, a Revolução dos Cravos em Portugal (1974) e a Nicaraguense (1978–1979), a queda do Muro de Berlim (1989) e a sublevação zapatista de Chiapas (1994–1995).
A obra resgata, assim, a trajetória daqueles que viveram movimentos contra hegemônicos e de inspiração igualitária, aliando rostos de anônimos que protagonizaram as lutas de classe a registros de dirigentes eternizados pela história, como Vladimir Lenin, Felix Dzerjinski, Leon Trotski, Béla Kun, Emiliano Zapata, Pancho Villa, Che Guevara e Fidel Castro.
Nas palavras de Luiz Bernardo Pericás, que assina a orelha do livro, “sucesso de público e crítica tão logo foi lançado na França, em 2000, Revoluções teve sua primeira edição esgotada rapidamente. As imagens e os ensaios que compõem este volume tornam-se imprescindíveis para a compreensão de alguns dos episódios mais bonitos e emocionantes da história universal contemporânea”.
Textos e autores
A revolução fotografada
Michael Löwy
A Comuna de Paris, 1871
Gilbert Achcar
A Revolução Russa de 1905
Gilbert Achcar
A Revolução Russa de 1917
Rebecca Houzel e Enzo Traverso
A Revolução Húngara, 1919
Michael Löwy
A Revolução Alemã, 1918–1919
Enzo Traverso
A Revolução Mexicana, 1910–1920
Bernard Oudin
As Revoluções Chinesas, 1911 e 1949
Pierre Rousset
A Guerra Espanhola, 1936
Gilbert Achcar
A Revolução Cubana, 1953–1967
Janette Habel
A história não terminou
Michael Löwy
Apêndice à edição brasileira – Revoluções brasileiras?
Michael Löwy

Sobre o organizador
Nascido no Brasil, formado em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, o sociólogo Michael Löwy vive em Paris desde 1969. É diretor emérito de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Homenageado, em 1994, com a medalha de prata do CNRS em Ciências Sociais, é autor de A teoria da revolução no jovem Marx (Vozes, 2002), Walter Benjamin: aviso de incêndio (Boitempo, 2005) e Lucien Goldmann ou a dialética da totalidade (Boitempo, 2009), dentre outras publicações.

Ficha técnica
Título: Revoluções
Autor: Michael Löwy
Tradução: Yuri Martins Fontes
Título original: Révolutions
Orelha: Luiz Bernardo Pericás
ISBN: 978-85-7559-147-5
Páginas: 552
Preço: R$ 68,00

domingo, 29 de novembro de 2009

Canada/Brasil: Diga a Vale que sua estratégia de dividir para conquistar não funciona!

Fonte: LabourStart

Desde que foi privatizada em 1997, a gigante do setor de mineração, Vale, realizou uma série de ataques aos trabalhadores. A empresa reduziu parâmetros de saúde e segurança no Brasil e agora está de olho nas operações no Canadá. Em negociações com o United Steelworkers (USW) em 2009, a Vale declarou que necessitaria de grandes concessões por parte do sindicato norte-americano/canadense apesar de ter registrado mais de US$ 13 bilhões de lucro líquido em 2008. A estratégia da empresa foi, e permanece sendo, dividir e conquistar espaço ao desrespeitar acordos de proteção de trabalhadores com mais tempo no serviço e fornecer menos benefícios aos novos empregados. 3.500 membros do USW rejeitaram as demandas da Vale e entraram em greve em meados de julho. Desde então, a Vale anunciou que deve contratar outros trabalhadores para substituir os grevistas e forçará outros membros do sindicato a trabalhar nas minas paralisadas pela greve.
Enquanto isso, os trabalhadores da Vale no Brasil estão lutando para garantir seus empregos, estabelecer um piso salarial, alcançar parâmetros mínimos de segurança no local de trabalho, e garantir direitos trabalhistas básicos. Os empregados da Vale e seus sindicatos no Brasil e no Canadá estão reagindo juntos, convocando os trabalhadores a participarem de uma campanha global por um tratamento justo por parte da Vale.

Você pode contribuir! Escreva seu nome e endereço de e-mail clicando aqui.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O Mundo dos Trabalhadores e seus Arquivos - livro de Antonio José Marques (Cedoc/CUT) e Inez Stampa (Arquivo Nacional)

O Arquivo Nacional e a Central Única dos Trabalhadores convidam para o lançamento do livro "O Mundo dos Trabalhadores e seus Arquivos", a ser realizado no dia 1º de dezembro de 2009, no Salão Nobre do Arquivo Nacional, às 17:00h.
O livro, organizado por Antonio José Marques (Cedoc/CUT) e Inez Stampa (Arquivo Nacional), é resultado das palestras e debates realizados no "I Seminário Internacional O Mundo dos Trabalhadores e seus Arquivos", que ocorreu em São Paulo-SP nos dias 7, 8 e 9 de setembro de 2008.
Em anexo, o convite para o evento que terá a seguinte programação:
17:00 - Abertura. Fala do Diretor-Geral do Arquivo Nacional, Jaime Antunes da Silva;
17:30 - Palestras com os professores Leonilde Servolo de Medeiros (UFRRJ) e Marco Aurélio Santana (UFRJ);
18:30 - Encerramento. Apresentação da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa, sob a regência do maestro Guilherme Bernstein e com a participação da solista Edna D'Oliveira, no âmbito das homenagens ao compositor Villa Lobos e da exposição "Viva Villa", realizada no Arquivo Nacional.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A condição de proletariedade – a precariedade do trabalho no capitalismo global - Giovanni Alves

O livro A condição de proletariedade – a precariedade do trabalho no capitalismo global reúne ensaios elaborados no decorrer de 2008 e 2009 no bojo do curso de extensão à distância “O mundo do trabalho através do cinema – a precariedade do trabalho capitalismo global” – Segunda Edição.
Eles representam um amplo esforço de elaboração crítica que visa sugerir, a título meramente preliminar, as bases teóricas para a crítica do trabalho estranhado e critica da vida cotidiana no capitalismo global, além de apresentar os rudimentos do que seria uma teoria da classe social do proletariado numa perspectiva critico-dialética.
O livro possui caráter meramente ensaístico, sem pretensões de esgotar os assuntos tratados. Nosso objetivo foi subsidiar o investigador da área do trabalho em suas várias instâncias disciplinares com um esclarecimento categorial necessário para desvelar as entranhas do mundo burguês.

Autor: Giovanni Alves
14 x 21cm - 240 páginas
2009 - 1ª edição
ISBN 978-85-7917-010-2

sábado, 14 de novembro de 2009

4ª Mostra Cine Trabalho

A 4a. Mostra CineTrabalho tem como objetivo divulgar e estimular a produção audiovisual (documentária ou ficcional) que trata do mundo do trabalho no Brasil e na América Latina, buscando dar visibilidade às condições de vida e trabalho de homens e mulheres, empregados e desempregados.

Três obras receberão o Prêmio Luis Espinal
A premiação será indicada pelos membros da Comissão Organizadora. Concorrerão todas as obras selecionadas, independente do suporte original de produção.

Premio Luis Espinal
Luis Espinal foi um padre jesuíta boliviano-catalão, jornalista, cineasta e critico de cinema, liderança social ativa da Teologia da Libertação na luta pela justiça social e pelos direitos humanos. No decorrer da década de 1970, Luis Espinal escreveu na Bolívia vários livros tratando da utilização do cinema como instrumento de conscientização popular. É de sua autoria os livros -Cinema e seu processo Psicológico, Consciência critica diante do cinema e Sociologia do Cinema. Ele destacava a importância de preparar o espectador para que seja critico diante do cinema e para que possa reagir positivamente diante dele. Em 21 de março de 1980, Luis Espinal foi seqüestrado e brutalmente torturado até a morte. O assassinato do padre Espinal se inscreveu nos fatos do terrorismo preparatório do golpe de Estado de Garcia Meza, ocorrido em 17 de julho de 1980 na Bolívia.

Cronograma:

16 de novembro - Abertura, oficinas e exibição de filmes.
17 de novembro - Exibição de filmes, premiação e encerramento.

Inscrições:

As inscrições são gratuitas e estarão abertas de 03 de agosto a 09 de outubro de 2009.
Poderão ser inscritas apenas obras com cópia final em DVD, independente do formato de captação, de curta, média e longa metragem, documentárias ou ficcionais.
Para se inscrever na 4a. Mostra CineTrabalho os interessados deverão:
a) Preencher de forma legível a Ficha de Inscrição encontrada anexada ao Regulamento ;
b) Remeter a Ficha de Inscrição devidamente assinada e com todas as folhas rubricadas, para o endereço indicado abaixo, com os seguintes materiais:
- Cópia em DVD da obra, para seleção/exibição;
- 2 fotos do trabalho ou realizadores para divulgação, em arquivo digital formato JPG com resolução mínima de 300 dpi (os arquivos com as fotos deverão ser enviados em CD/DVD).
Obs: A cópia enviada para inscrição/exibição deve estar tecnicamente perfeita e previamente verificada por cada participante.

Endereço para envio de inscrições e materiais:
Projeto de Extensão Universitária Tela Crítica
FFC - UNESP
Av. Hygino Muzzi Filho, 737
Caixa Postal: 181
17525-900 Marília - SP

Informações sobre o Evento:

Elson Menegazzo
Curador da Mostra
menegazzo@email.it

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sociedade do Capital

A sociedade do capital é a sociedade do trabalho estranhado e das múltiplas formas de fetichismo da mercadoria, do dinheiro e do Estado político. Na medida em que aprofunda a crise estrutural do capital e avança o complexo de reestruturação capitalista, surgem, nas últimas décadas do século XX e primórdios do século XXI, os resultados sociais da ofensdiva do capital, seja na esfera do trabalho, seja na instância da reprodução social.
Cada vez mais, a sociedade do trabalho estranhado, seja nos paises capitalistas centrais, ou nos países da periferia subalterna à lógica do capital (incluindo a China), expõem as mazelas próprias do mundo do capital, com sua lógica perversa de acumulação de valor e a produção hermafrodita da riqueza abstrata.
O que pretendemos apresentar para os pesquisadores na área de trabalho é uma série de dicas de leitura, textos e links que tratam das dimensões da sociedade do capital, com seus problemas sociais complexos, do desemprego estrutural à crise ecológica, das formas estranhadas de subjetividade às dimensões múltiplas de precariedade, objetiva ou subjetiva do mundo do trabalho e da reprodução social. É a partir da apreensão heuristica das determinações centrais da sociedade do capital que podemos compreender as várias questões apresentadas e discutidas nas demais seções da RET.

Sindicalismo e Política

Sindicalismo e política é um tema clássico do mundo do trabalho, pois expressa o movimento contingente e necessário da classe contra a exploração do capital. Como tema de pesquisa, a ele se vinculam estudos sobre Estado, partido e movimento operário; consciência de classe e história social; organziação por local de trabalho, negociação coletiva e estrutura sindical.
O que pretendemos apresentar para os pesquisadores sobre o sindicalismo e política no Brasil é uma série de dicas de leitura, com resenhas criticas; um acervo de textos sobre o tema do sindicalismo e política; dicas de links na Internet, onde podem ser obtidos informações sobre o tema no Brasil e no mundo, e uma apresentação de pesquisas concluidas e em andamento, que possuem como objeto de investigação, questões ligadas ao tema de sindicalismo e política. Nosso objetivo é divulgar a produção científica de colaboradores da RET e apresentar recursos de pesquisa para estudiosos do tema do sindicalismo.

Saúde do Trabalho

A saúde é tema candente das pesquisas sociais sobre o mundo do trabalho. Nos tempos do neoliberalismo e do toyotismo as doenças do corpo e da alma atingem o mundo do trabalho numa dimensão intensiva. O corpo e a mente tornaram-se campos de batalha do capital, que busca articular novas formas de consentimento e de disciplina do trabalho diante dos novos paradigm,as produtivistas.
Por isso, a importância de inesvtigações multidisciplanraesa no campos das ciências da saúde para apreender a saúde da corporalidade viva do sujeito do trabalho, obliterado em suas capacidades fisicas e espirituais pelo capital em processo.
O que pretendemos apresentar para os pesquisadores da área de saúde é uma série de dicas de leitura, com resenhas criticas; um acervo de textos sobre o tema numa perspectiva crítica; uma extensa discriminação de links na Internet onde podem ser obtidos informações sobre o tema no Brasil e no mundo e uma apresentação de pesquisas ligados, direta ou indiretamente com o tema trabalho e saúde, concluidas e em andamento, levadas a cabo por pesquisadores docentes e discentes ligados à Rede de Estudos do Trabalho. Nosso objetivo é divulgar a produção científica de colaboradores da RET e apresentar recursos de pesquisa para estudiosos do tema da Saúde do Trabalhador.

Trabalho e Cultura

O mundo do trabalho é também o mundo da cultura ou das atividades de lazer e tempo livre que passaram, com o tempo, a ser objeto de investimento do capital, tornando-se, deste modo, indústria cultural. O trabalhador assalariado em seu tempo livre do processo de trabalho tende a executar ou consumir bens culturais. No decorrer do século XX, eles tornaram-se mercadorias e hoje permeiam o tempo de vida das pessoas, homens e mulheres do mundo do trabalho.
Tão importante quanto investigar o tempo de trabalho de homens e mulheres, é analisar hoje o que eles fazem com seu tempo de vida ou tempo de lazer. O capital cada vez mais manipula mais essa esfera da vida, buscando colonizá-la com o objetivo do lucro. Por outro lado, é através das atividades culturais que os trabalhadores homens e mulheres podem adquirir consciência de si e de classe.
O que pretendemos apresentar para os pesquisadores sobre trabalho e cultura são uma série de dicas de leitura, com resenhas criticas sobre o tema; um acervo de textos sobre cultura e trabalho numa perspectiva crítica; uma extensa relação de links na Internet onde podem ser obtidos informações sobre o tema no Brasil e no mundo e uma apresentação de pesquisas ligados, direta ou indiretamente com o tema trabalho e cultura concluidas e em andamento, levadas a cabo por pesquisadores docentes e discentes ligados à Rede de Estudos do Trabalho. Nosso objetivo é divulgar a produção científica de colaboradores da RET e apresentar recursos de pesquisa para estudiosos do tema trabalho e cultura.

Crítica do Capital

A constituição de uma perspectiva epistemológica critica do capital torna-se uma tarefa ineliminável do emprendimento investigativo das ciência sociais. Numa época de crise estrutural do capital, o estranhamento e fetichismo social se agudizam, surgindo, nas ciência sociais sociais, um novo impulso às perspetivas neopositivistas e empiricistas que ocultam a essencia do mundo social, paralisando a capacidade de intervenção prático-historica dos agentes sociais.
A sociologia do trabalho e as ciências sociais do trabalho tratam com um objeto tensionado pelas contradições sociais. É portanto, clivado de mistificações ideológicas sobre a natureza do mundo do trabalho e do capital, ocultando suas relações de exploração e de classe. Deste modo, a critica do capital torna-se não apenas indispensável, mas necessária. O que pretendemos apresentar para os pesquisadores na área de trabalho é uma série de dicas de leitura, textos e links que tratam da crítica da economia política, método dialético e técnicas de pesquisa na área de trabalho.

Trabalho e Educação

A Educação é um tema candente das pesquisas sociais sobre o mundo do trabalho. Ela diz respeito a apreensão de habilidades cognitivas, técnicas e comportamentais da força de trabalho inserida no processo de produção de capital. Na medida em que evolui os sistemas de produção de mercadorias, alteram-se as implicações objetivas e subjetivas do processo de formação educacional da força de trabalho, seja no âmbito da escola, como instância sócio-reprodutiva; seja no âmbito do treinamento empresarial.
Por isso, a educação é um elemento indispensável para a constituição do sujeitos ativo do processo de trabalho. Ela pode se dá na Escola, como na própria Empresa ou qualquer instituição voltada para a habilitação pedagógoca do ser explorado.
O que pretendemos apresentar para os pesquisadores sobre educação e trabalho no Brasil é uma série de dicas de leitura, com resenhas criticas; um acervo de textos sobre o tema numa perspectiva crítica bastante ampla; uma extensa discriminação de links na Internet onde podem ser obtidas informações sobre o tema no Brasil e no mundo e uma apresentação de pesquisas ligadas, direta ou indiretamente com o tema trabalho e educação, concluidas e em andamento, levadas a cabo por pesquisadores docentes e discentes ligados à Rede de Estudos do Trabalho.
Nosso objetivo é divulgar a produção científica de colaboradores da RET e apresentar recursos de pesquisa para estudiosos do tema da educação e trabalho.

Trabalho e Mundialização do Capital - A Nova Degradação do Trabalho na Era da Globalização - Giovanni Alves

O livro apresenta alguns ensaios que procuram pensar (e repensar) as metamorfoses do mundo do trabalho numa perspectiva materialista, procurando vincula-la com o desenvolvimento do capitalismo mundial.
A pretensão é meramente introdutória, apresentando sugestões de pesquisa que possam ir além do caldo empiricista da sociologia (ou da economia) do trabalho, procurando recuperar, na boa tradição da critica da economia política, uma perspectiva da totalidade histórico-ontologica subjacente as transformações do mundo do trabalho.
O cerne da nossa analise é retomar (e reconstituir) o conceito de toyotismo, indo além da sua significação original e procurando vincula-lo com o complexo ideológico que molda as organizações capitalistas no limiar do século XXI. A partir daí, analisa o novo perfil do mundo do trabalho, cada vez mais complexificado, fragmentário e heterogêneo. Possui os seguintes capítulos: Os Fundamentos Ontológicos da Reestruturação Capitalista; O Que é a Mundialização do Capital; Mundialização do Capital e Acumulação Flexível ( A Nova Ofensiva do Capital na Produção); Toyotismo e Mundialização do Capital; Racionalidade (e desrazão) do Toyotismo; Um Admirável Mundo Novo do Trabalho? (As Metamorfoses do Trabalho Industrial); A Fragmentação de Classe (Desemprego Estrutural e Trabalho Precário); Perspectivas Políticas do Novo(e Precário) Mundo do Trabalho; Apêndice: Uma Dimensão da Cultura Global (A Internet como o arcabouço midiático da era da financeirização).

Trabalho e Mundialização do Capital - A Nova Degradação do Trabalho na Era da Globalização
Giovanni Alves
Editora Praxis, 2004
191 páginas

Desafios do Trabalho - Capital e Luta de Classes no Século XXI - Roberto Batista e Renan Araújo (Org)

Coletânea de ensaios críticos sobre os principais temas do mundo do trabalho, do capital e da luta de classes nos primórdios do século XXI. Reune uma série de pesquisadores sociais, a maioria deles vinculados à RET (Rede de Estudos do Trabalho) e ao GPEG (Grupo de Pesquisa "Estudos da Globalização"). A Apresentação, intitulada “Desafios do Trabalho”, é feita por Giovanni Alves.
É constituida pelos seguintes ensaios:
A Economia Brasileira na Década de 1990: Estagnação e Vulnerabilidade Externa - Francisco Luiz Corsi
Trabalho e Cotidiano - Jorge Cammarano González
O Metabolismo do Capital no Campo no Estado de São Paulo: Fragmentação e Alienação do Trabalho - Antonio Thomaz Jr.
Crise do Capital, Reestruturação Produtiva e Qualificação Profissional - Marcelo Júlio
Reestruturação Produtiva, Ideologia e Qualificação: Crítica às Noções de Competência e Empregabilidade - Roberto Leme Batista
A "Nova" Cultura do Trabalho e seus Mecanismos de Obtenção do Consentimento Operário: Os Fundamentos da Nova Pedagogia do Capital - José dos Santos Souza
Redução de Jornada de Trabalho e Sindicalismo: Nos Limites do Propositivo - Ariovaldo Santos
O ABC da Concertação Social e Sindical - Renan Araújo
A trajetória sindical dos telefônicos na década de 90 - Givaldo Alves da Silva
Trabalhadores Informais: O Caso dos Camelôs da Cidade de Marília-SP - Geruza Tomé
Exploração do Trabalho Infantil: Uma história que parece não ter fim - Hélvio Alexandre Mariano e Carmem Lúcia Mariano.

Desafios do Trabalho - Capital e Luta de Classes no Século XXI,
Roberto Batista (Org.) e Renan Araújo (Org.)
Editora Praxis, 2003
305 páginas

Trabalho, Educação e Sindicalismo no Brasil - Anos 90 - José dos Santos Souza

O livro aborda a coexistência de projetos educacionais de natureza distintas evidenciados na política educacional brasileira, especialmente no campo sindical. Tomando como referência histórica a crise atual do capital, o autor analisa fontes primárias de centrais sindicais do país e a bibliografia sobre trabalho, educação e sindicalismo. O resultado é uma revisão teórica da relação trabalho, educação e política, a partir da qual desenvolve uma análise das concepções e propostas educacionais defendidas pela CUT e Força Sindical, ressaltando suas contradições, seus limites e suas possibilidades. Os temas tratados são: a tradição excludente da educação brasileira; trabalho, educação e política na sociedade de classes;a crise do capital e a redefinição da política educacional; organziação e luta dos trabalhadores por educação no Brasil.

Trabalho, Educação e Sindicalismo no Brasil - Anos 90
José dos Santos Souza
Editora Autores Associados/UESB, 2002
223 páginas

Economia do Trabalho

O mundo do trabalho moderno se constituiu a partir do desenvolvimento da economia capitalista da grande indústria e da maquinaria. É a partir da análise do sistema da economia do capital que podemos apreender as determinações essenciais do mundo do trabalho moderno, com seus grandes agregados sociais e tendências de desenvolvimento. Como tema de pesquisa, a economia do trabalho busca investigar a macroeconomia da produção, circulação e distribuição do capital, indicadores de emprego e ocupação, suas formas institucionais e de desenvolvimento, impactos das grandes variáveis da economia política no mundo do trabalho.
O que pretendemos apresentar para os pesquisadores sobre a economia política do trabalho no Brasil é uma série de dicas de leitura, com resenhas criticas; um acervo de textos sobre o tema da economia do trabalho; uma extensa discriminação de links na Internet onde podem ser obtidos informações sobre indicadores sociais e da economia brasileira e de vários países industriais e uma apresentação de pesquisas levada a cabo sobre temas da economia do trabalho, concluidas e em andamento, levadas a cabo por pesquisadores docentes e discentes ligados à Rede de Estudos do Trabalho. Nosso objetivo é divulgar a produção científica de colaboradores da RET e apresentar recursos de pesquisa para estudiosos do tema da economia política do trabalho.

Trabalho e Direito

O Direito é uma das mais importantes instancias sócio-regulativas do metabolismo societário do capital.
Incorporando as determinações da sociedade das mercadorias, do trabalho abstrato e do equivalente geral, tende a ocultar a desigualdade concreta do sistema do capital através da igualdade abstrata inscrita nas regras jurídicas burguesas. Na medida em que o capitalismo global impulsiona um processo complexo de transformações materiais que atigem o mundo do trabalho, o capital em movimento atinge de forma diruptiva a esfera juridoco-politica.
O Direito do Trabalho, tal como se constituiu no século XX, embora contribuisse para a reprodução capitalista em seu periodo de ascensão histórica, hoje, na etapa de declinio historco do capital, é obrigado a se reestruturar. O que pretendemos apresentar para os pesquisadores da área do Direito do Trabalho no Brasil é uma série de dicas de leitura, com resenhas criticas; um acervo de textos sobre o tema das transformações da esfera jurífica do trabalho numa perspectiva crítica bastante ampla; uma extensa discriminação de links na Internet onde podem ser obtidas informações sobre o tema no Brasil e no mundo e uma apresentação de pesquisas ligadas, direta ou indiretamente com o tema direito e trabalho.

Reestruturação Produtiva

O processo de restruturação produtiva é tema permanente das pesquisas sociais sobre o mundo do trabalho. Em seu movimento dialético e complexo de produção do valor, o capital tende a reestrutura, de forma contínua, as condições objetivas e subjetivas da produção social. Ele altera a base técnica e a forma de organização da produção de mercadorias; muda as relações políticas-institucionais de classe, criando novas condições regulativas da acumulação de riqueza abstrata.
O que pretendemos é apresentar para os pesquisadores da área de trabalho uma série de dicas de leitura, com resenhas criticas sobre o tema da reestruturação produtiva e a forma que ela ssume nos vários setores da economia, atingindo os múltiplos estratos da força de trabalho e das categorias assalariadas; pretendemos apresentar um acervo de textos sobre o tema numa perspectiva crítica; uma extensa discriminação de links na Internet onde podem ser obtidos informações sobre o tema no Brasil e no mundo e uma apresentação de pesquisas ligados, direta ou indiretamente com o tema Trabalho e Restruturação Produtiva, concluidas e em andamento, levadas a cabo por pesquisadores docentes e discentes ligados à Rede de Estudos do Trabalho. Nosso objetivo é divulgar a produção científica de colaboradores da RET e apresentar recursos de pesquisa para estudiosos do tema da Saúde do Trabalhador.

Formação e Trabalho - Uma abordagem ontológica da sociabilidade - João dos Reis Silva Jr e Jorge Luis Cammarano Gonzáles

O livro tem prefácio de Sérgio Lessa, intitulado "Marx e a dupla maldição". Trata dos fundamentos para um entendimento da formação, apresentando o que é a análise ontológica, a produção social da teleologia, a prioridade ontológica e a razão-de-ser das ações humanas. Trata também de trabalho, reprodução social e formação, desenvolvendo os seguintes tópicos: trabalho e prática social; cultura e reprodução social; reprodução social e formação e notas para uma abordagem ontológica da formação. Um livro indispensável para quem deseja conhecer uma abordagem lukácsiana do problema da formação humana.

Formação e Trabalho - Uma abordagem ontológica da sociabilidade
João dos Reis Silva Júnior e Jorge Luis Cammarano Gonzáles
(Editora Xamã, 2001. 115 páginas)

Da contestação à conformação - A formação sindical da CUT e a reestruturação capitalista - livro de Paulo Sérgio Tumolo

Apresentação concisa, objetiva e crítica da evolução da CUT, das origens aos nossos dias, buscando abordar, a partir desta experiência histórica, a questão da formação sindical. O livro trata do novo padrão de acumulação de capital e os decorrentes processos de trabalho; das transformações no mundo do trabalho e o movimento sindical; o percurso da Central Única dos Trabalhadores; a formação sindical da CUT: da formação político-sindical à formação profissional e finalmente, trata da transformação social, consciência de classe e educação dos trabalhadores. É um livro oportuno, instigante e polêmico.

Da contestação à conformação - A formação sindical da CUT e a reestruturação capitalista
Paulo Sérgio Tumolo
Editora Unicamp, 2002
290 páginas

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Infoproletários - novo livro de Ricardo Antunes e Ruy Braga

Infoproletários evidencia a associação oculta entre o uso de novas tecnologias e a imposição de condições de trabalho do século XIX em um dos setores considerados como mais dinâmicos da economia moderna, o informacional. Ao contrário do que é prometido pelos entusiastas deste novo segmento, os trabalhadores vivenciam uma tendência crescente de alienação do trabalho em escala global. A obra reúne uma série de ensaios que esquadrinham diferentes aspectos da rotina e do modo de vida daqueles que, apesar de frequentemente arruinarem suas vozes ao transformá-las em poderosos instrumentos de acumulação de capital, raramente são ouvidos.
A classe trabalhadora é retratada neste livro em duas representações polarizadas. De um lado, aparecem os operadores de telemarketing. Globalizados em sua relação social, totalizados em sua subordinação, monitorados em cada um de seus movimentos, punidos por cada infração às regras, resumem e simbolizam os novos trabalhadores atrelados ao resplandecente, porém inatingível, mundo do consumo. Sua imaginação é totalmente circunscrita e dirigida pelo capitalismo.
Já em outro extremo estão os aristocratas do cibertrabalho, os programadores de software, gabando-se e desfrutando de sua autonomia enquanto se movem em espiral pelo espaço e pelo tempo. Eles não são menos prisioneiros da própria individualidade, intoxicados por seu ilusório empreendedorismo.
Segundo Michel Burawoy, sociólogo que assina a orelha do livro, ”a obra aponta para a profunda transformação sofrida pela classe trabalhadora e o projeto de movimento internacional operário, ante os parâmetros verificados por Karl Marx em seu tempo. Apenas a articulação entre múltiplas identidades – de gênero, de nacionalidade, de raça, assim como de classe – forjadas em terrenos políticos que transcendam a produção imediata lhes permitirá se rebelar contra o mercado e desafi ar o capital global – mas, mesmo assim, apenas em um grau limitado e de uma forma fragmentária. Essa é certamente a mensagem deste livro – que revela a experiência cotidiana vivida por essa nova classe trabalhadora globalizada ligada aos serviços”.

Ensaios e autores:
O trabalho do conhecimento na sociedade da informação: a análise dos programadores de software
Juan José Castillo
A construção de um cibertariado? Trabalho virtual num mundo real
Ursula Huws
A vingança de Braverman: o infotaylorismo como contratempo
Ruy Braga
O “trabalho informacional” e a reificação da informação sob os novos paradigmas organizacionais
Simone Wolff
Os trabalhadores das Centrais de Teleatividades no Brasil: da ilusão à exploração
Sirlei Marcia de Oliveira
O desenho do trabalho assalariado em empresas fidelizadoras da indústria de call centers no Brasil
Arnaldo Mazzei Nogueira e Fabrício Cesar Bastos
Centrais de Teleatividades: o surgimento dos colarinhos furta-cores?
Selma Venço
A identidade no trabalho em call centers: a identidade provisória
Cinara Lerrer Rosenfield
As trabalhadoras do telemarketing: uma nova divisão sexual do trabalho?
Claudia Mazzei Nogueira
Trajetórias profissionais e saberes escolares: o caso do telemarketing no Brasil
Isabel Georges
Século XXI: nova era da precarização estrutural do trabalho?
Ricardo Antunes
Apêndice
Capital fixo e o desenvolvimento das forças produtivas na sociedade
Karl Marx

Sobre os organizadores:
Ricardo Antunes é professor de sociologia do trabalho na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e organizador de Riqueza e miséria do trabalho no Brasil (São Paulo, Boitempo, 2007). É autor de Adeus ao trabalho? (São Paulo, Cortez, 2003) e Os sentidos do trabalho (São Paulo, Boitempo, 1999), entre outros livros.
Ruy Braga é professor do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo e diretor do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da USP (Cenendic). É autor de, entre outros livros, Por uma sociologia pública (com Michael Burawoy) (São Paulo, Alameda, 2009) e A nostalgia do fordismo: modernização e crise na teoria da sociedade salarial (São Paulo, Xamã, 2003).

Título: Infoproletários
Subtítulo: degradação real do trabalho virtual
Autor(a): Ricardo Antunes e Ruy Braga (orgs.)
Páginas: 256
Ano de publicação: 2009
ISBN: 978-85-7559-136-9
Preço: R$ 44,00