terça-feira, 15 de dezembro de 2009

IV Simpósio Lutas Sociais na América Latina - Imperialismo, nacionalismo e militarismo no século XXI

14, 15, 16 e 17 de setembro de 2010 - Universidade Estadual de Londrina
No III Simpósio, ocorrido em setembro de 2008, chamávamos a atenção para as possibilidades de constituição de um “novo” proletariado no subcontinente latino-americano, principalmente em virtude do processo de transformação da acumulação do capital que passa a se desenhar mais fortemente nos anos 1970, quando se observa a queda acentuada nas taxas de lucro.
Do ponto de vista político, a América Latina vivencia este processo sob ditaduras militares em praticamente toda a região. Os golpes militares, em sua maioria apoiados direta ou indiretamente pelos Estados Unidos, desempenharam papel importante na redefinição das classes e frações hegemônicas e tentaram reverter à força a crise mundial do capitalismo naquele momento. Com as transições (ou transações?) para as democracias entre os anos 1980 e início dos 1990, a fração financeira do capital se torna hegemônica e a região passa a viver sob certa estabilidade política, levando alguns intelectuais a defenderem a tese que, finalmente, caminhávamos para a consolidação do regime democrático.
Outros pensadores passaram a acreditar que, com o fim dos movimentos guerrilheiros dos anos 1970, com a queda do Muro de Berlim e com o fim do chamado “socialismo real”, as “utopias se desarmaram”. Mas se girassem suas lentes para um quarteirão acima de seus palácios, perceberiam o vigor e a atualidade da “utopia armada” do Exército Zapatista de Libertação Nacional, cuja principal reivindicação, a 1º. de janeiro de 1994, era a anulação do NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio). Pouco tempo depois, nos anos 1990 e 2000, as democracias latino-americanas foram (e são) mais explicitamente colocadas à prova.
Se as teses da consolidação estavam corretas, como explicar os golpes (Venezuela, 2002; Honduras, 2009) e autogolpes (Peru, 1992)? E admitindo-se que as democracias nos países dependentes gozam de estabilidade política, qual é o seu preço? Que tipos de democracias foram instauradas na América Latina? Que implicações têm para os regimes democráticos a manutenção de políticas de Estado voltadas para a concentração e centralização do capital sob governos eleitos pelo voto e, ao mesmo tempo, a ampliação das desigualdades sociais? Quais os limites da democracia em países dependentes quando a hegemonia política é do capital financeiro de base imperialista e militarista? São estas e outras questões que nos motivam a realizar o IV Simpósio Lutas Sociais na América Latina, cujo foco principal é a complexa relação entre imperialismo, nacionalismos e militarismos nesta parte do continente latino-americano.
O GEPAL, desde o seu surgimento em 2004, realizou três simpósios que ultrapassaram de longe o âmbito regional, algo não previsto inicialmente. O que nos leva a insistir nesta atividade e a apostar em sua ampliação com vistas a consolidar o evento como um espaço alternativo para aglutinar parte do pensamento crítico latino-americano.
No III Simpósio participaram aproximadamente 250 pesquisadores, oriundos de diversas regiões do Brasil (BA, PE, MS, MT, SP, PR, SC, RS, MG, GO, MA), além de países latino-americanos (Argentina, Uruguai, Chile, Cuba, Colômbia) e europeu (Portugal). Para o próximo, gostaríamos de contar com a participação de diversos grupos de pesquisa, com os quais já mantemos relações acadêmico-polí ticas.

GRUPOS DE TRABALHO (GTS) – 15, 16 E 17/09
1. Lutas camponesas e indígenas na América Latina
2. Estado, ideologias e meios de comunicação
3. Classes sociais e transformações no mundo do trabalho
4. Imperialismo, nacionalismo e militarismo na América Latina
5. Lutas sociais urbanas
6. Socialismo no século XXI e problemas da transição
7. Feminismo e marxismo na América Latina
8. Marx e marxismos latino-americanos

Informações sobre INSCRIÇÕES e APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS podem ser obtidas em www.uel.br/gepal

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

La precarización del trabajo en América Latina - Perspectivas del Capitalismo global

Esse livro organizado por Giovanni Alves e Claudia Figari oferece um desenho de alguns dos mais importantes temas presentes nos estudos do trabalho na América Latina dos dias atuais.
Sua contextualidade é dada pelo cenário marcado pela mundialização do capital e suas complexas repercussões no mundo do trabalho. Seus temas perpassam desde a constatação das mais diversas formas e mecanismos de precariedade do trabalho até a compreensão de alguns elementos constitutivos da nova morfologia do trabalho em seus novos e multifacetados desenhos.
Reconhecem e tematizam a recente crise estrutural do capitalismo, bem como as práticas das corporações em seus modos de garantir a disciplinarização do trabalho; exploram o estudo crítico dos sistemas de “metas e competências” que pautam o universo empresarial, bem como os avanços e limites da ação sindical e as ações de resistência e rebeldia, dentre outros tantos pontos que são investigados empírica e analiticamente nos textos que compreendem a coletânea.
O resultado oferecido é um inventário crítico dos estudos do trabalho, em sentido amplo, em diferentes territórios do mundo laboral latinoamericano (com destaque para algumas experiências no Brasil e Argentina), procurando apreender as formas de sobrevivência dos espaços de trabalho redesenhados a partir da nova divisão internacional do trabalho vivenciada nas últimas décadas.
Se o mundo taylorizado e fordizado caracterizou o universo do trabalho ao longo do século XX, tanto no cenário industrial e de serviços, o objetivo da melhor investigação, hoje, é conhecer o que é novo e o que se mantém no universo produtivo atual, depois do monumental processo de reestruturação produtiva do capital nesta fase de financeirização e crise, onde a desmedida do capital aflora em sua monumental irracionalidade societal.
Bastaria tão somente citar a amplitude da desregulamentação do trabalho e os níveis de desemprego em escala global, ambos acentuando ainda mais os elementos constitutivos desta lógica destrutiva hoje vigente. O resultado é um quadro de precariedade sem paralelos em toda a história recente do capitalismo, que os textos presentes nesta coletânea possibilitam uma melhor compreensão. Por Ricardo Antunes, UNICAMP – Brasil

Organizadores:
Claudia Figari (Argentina) e Giovanni Alves (Brasil)
14 x 21cm - 402 páginas
2009 - 1ª edição
ISBN 978-85-7917-041-6

Palavras-chave: América Latina, Argentina, Trabalho

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Revista Pegada - chamada de trabalhos

A Revista PEGADA do Centro de Estudos de Geografia do Trabalho – CEGeT, FCT/UNESP, Presidente Prudente/SP, está recebendo artigos originais para a publicação do Volume 10, n.º 1 e 2, correspondente ao primeiro e segundo semestre de 2009, até 31 de dezembro. A PEGADA recebe colaborações nos seguintes formatos:
a) Artigos que compreendam investigações baseadas em dados empíricos, análises teóricas e/ou revisão crítica de literatura, sobre questões envolvendo o mundo do trabalho, a luta pela terra e temas correlatos, deverão ser diagramadas em formato Word, Arial, tamanho 12, extensão máxima de 25 laudas para os artigos (incorporando resumos, palavras-chave e título em português, em espanhol e em inglês)
b) Resenhas de livros que consistam na revisão crítica de obra recém publicada, orientando o leitor quanto a suas características e usos potenciais. Entre 5 e 8 laudas.
c) Resenhas de filmes que demonstrem claramente o vínculo da temática expressa no mesmo e as diversas problemáticas abordadas pela revista, bem como a utilização de referencial bibliográfico. Entre 5 e 8 laudas.
d) Ensaios que exponham idéias relativas a estudos e temas específicos, desenvolvida de modo discursivo, lógico, reflexivo, com alto nível de interpretação e espírito crítico. Entre 12 e 15 laudas.
e) Entrevistas com intelectuais consagrados e relevantes para a área. Entre 7 e 10 laudas.
Para artigos com autoria múltipla, é necessário informar a ordem de apresentação dos autores, incluindo-os no momento da submissão.
As referências bibliográficas devem seguir as normas da ABNT. O autor deve se responsabilizar pela correção (profissional) ortográfica e gramatical do seu texto. Os textos serão submetidos a parecer do Conselho Científico da Revista. Enviar as contribuições para o seguinte endereço eletrônico:revistapegada@gmail.com

Acesse aos demais números da revista através do endereço:
Antonio Thomaz Junior
Luzimar Barreto França Junior
Editores Responsáveis

Revoluções - Livro de Michael Löwy

Revoluções de Michael Löwy (organizador)
Em um esforço inédito de compilação, Revoluções reúne os principais registros fotográficos dos processos revolucionários do final do século XIX até a segunda metade do século XX. O livro convida o leitor a percorrer a diversificada experiência das lutas populares por meio de imagens raras, como as fotografias da Comuna de Paris, e clássicas, como as de Lenin e Trotski na Rússia. Para Michael Löwy, organizador da obra, “as fotos de revoluções revelam ao olhar atento do observador uma qualidade mágica, ou profética, que as torna sempre atuais, sempre subversivas. Elas nos falam ao mesmo tempo do passado e de um futuro possível”.
Além da documentação iconográfica, os acontecimentos históricos são narrados por intelectuais como Gilbert Achcar, Rebecca Houzel, Enzo Traverso, Bernard Oudin, Pierre Rousset, Jeanette Habel e o próprio Löwy. São ensaios ágeis que, a partir de registros fotográficos, retratam a Comuna de Paris, as revoluções Mexicana (1910–1920), Russas (1905 e 1917), Alemã (1918–1919), Húngara (1919), Chinesas (1911 e 1949), Cubana (1953–1967) e a Guerra Civil Espanhola (1936).
A edição brasileira conta com um apêndice exclusivo, no qual Löwy faz uma reflexão sobre os momentos de resistência que marcaram a história do Brasil. O livro possui também um capítulo que passa em revista uma série de eventos transformadores dos últimos trinta anos: o Maio de 1968, a Revolução dos Cravos em Portugal (1974) e a Nicaraguense (1978–1979), a queda do Muro de Berlim (1989) e a sublevação zapatista de Chiapas (1994–1995).
A obra resgata, assim, a trajetória daqueles que viveram movimentos contra hegemônicos e de inspiração igualitária, aliando rostos de anônimos que protagonizaram as lutas de classe a registros de dirigentes eternizados pela história, como Vladimir Lenin, Felix Dzerjinski, Leon Trotski, Béla Kun, Emiliano Zapata, Pancho Villa, Che Guevara e Fidel Castro.
Nas palavras de Luiz Bernardo Pericás, que assina a orelha do livro, “sucesso de público e crítica tão logo foi lançado na França, em 2000, Revoluções teve sua primeira edição esgotada rapidamente. As imagens e os ensaios que compõem este volume tornam-se imprescindíveis para a compreensão de alguns dos episódios mais bonitos e emocionantes da história universal contemporânea”.
Textos e autores
A revolução fotografada
Michael Löwy
A Comuna de Paris, 1871
Gilbert Achcar
A Revolução Russa de 1905
Gilbert Achcar
A Revolução Russa de 1917
Rebecca Houzel e Enzo Traverso
A Revolução Húngara, 1919
Michael Löwy
A Revolução Alemã, 1918–1919
Enzo Traverso
A Revolução Mexicana, 1910–1920
Bernard Oudin
As Revoluções Chinesas, 1911 e 1949
Pierre Rousset
A Guerra Espanhola, 1936
Gilbert Achcar
A Revolução Cubana, 1953–1967
Janette Habel
A história não terminou
Michael Löwy
Apêndice à edição brasileira – Revoluções brasileiras?
Michael Löwy

Sobre o organizador
Nascido no Brasil, formado em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, o sociólogo Michael Löwy vive em Paris desde 1969. É diretor emérito de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Homenageado, em 1994, com a medalha de prata do CNRS em Ciências Sociais, é autor de A teoria da revolução no jovem Marx (Vozes, 2002), Walter Benjamin: aviso de incêndio (Boitempo, 2005) e Lucien Goldmann ou a dialética da totalidade (Boitempo, 2009), dentre outras publicações.

Ficha técnica
Título: Revoluções
Autor: Michael Löwy
Tradução: Yuri Martins Fontes
Título original: Révolutions
Orelha: Luiz Bernardo Pericás
ISBN: 978-85-7559-147-5
Páginas: 552
Preço: R$ 68,00